Se você já contratou um empréstimo, usou o rotativo do cartão ou fez compras no exterior, deve ter se deparado com uma cobrança em seu extrato bancário e se perguntado, afinal, o que é IOF?
Neste texto, vamos explicar do que se trata essa taxa, em quais transações ela é inserida e a porcentagem desses custos. Boa leitura!
O que é IOF?
Antes de entender os efeitos do IOF sobre o seu bolso, é fundamental saber o que é IOF e como é feita sua cobrança. A sigla refere-se ao Imposto sobre Operações Financeiras e trata-se de um tributo federal, cobrado na contratação de serviços de crédito, câmbio e seguros, bem como no resgate de investimentos.
O percentual do IOF depende da operação realizada e, geralmente, varia de 0,38% a 7,38% do valor total do produto ou serviço.
As operações financeiras sujeitas à tributação do IOF estão presentes em diversos contextos do nosso cotidiano, com destaque para as seguintes:
- Cartão de crédito (rotativo e compras internacionais);
- Cheque especial;
- Seguros;
- Empréstimos pessoais;
- Envio de recursos para o exterior;
- Compra de moeda estrangeira;
- Investimentos.
Segundo as regras da Receita Federal, o responsável por recolher o IOF são os bancos, seguradoras e instituições financeiras por trás da operação.
Contudo, esse valor é repassado ao cliente por meio de custos adicionais, seja no preço das parcelas do empréstimo ou do cartão de crédito, com uma taxa cambial efetiva maior ou com a perda de parte dos rendimentos em um investimento.
Qual banco não cobra IOF?
Por se tratar de um imposto federal, o IOF não depende do banco ou instituição que está oferecendo o serviço financeiro.
Ou seja, qualquer que seja a instituição de sua escolha, o imposto cobrado será o mesmo. O importante é que haja transparência a respeito do que é IOF e quais são os juros e custos embutidos na operação.
Para que serve o IOF?
Agora que você sabe o que é IOF, vamos às três principais funções desse imposto:
1. Arrecadar recursos para os cofres federais;
2. Medir o volume de operações financeiras e de crédito do país;
3. Regular o mercado financeiro e desestimular determinadas práticas.
Ao longo da pandemia, por exemplo, o governo abriu mão da arrecadação com o IOF para estimular a concessão de crédito, já que, quando incorporado aos juros, ele deixa qualquer financiamento mais caro.
Algum tempo depois, para aumentar a arrecadação, a alíquota do imposto foi aumentada.
Como é feito o cálculo do IOF?
Além de saber o que é IOF, é importante ter noção do quanto é o IOF, ou seja, como ele impacta a sua vida e quais valores você terá de desembolsar.
A alíquota do IOF, ou seja, a porcentagem a ser cobrada, já é previamente calculada de acordo com a operação financeira envolvida.
Para calcular os valores em dinheiro, basta multiplicar a alíquota pelo montante envolvido na operação. Observe abaixo a tabela de alíquotas:
Operação realizada | Alíquota do IOF |
Cartão de crédito (exterior) | 6,38% |
Cartão de crédito (rotativo) | 0,38% + 0,01118%/dia |
Cheque especial | 0,38% + 0,01118%/dia |
Empréstimos | 0,38% + 0,01118%/dia |
Seguro de vida e seguro acidentes | 0,38% |
Seguro de bens | 7,38% |
Envio de recursos para o exterior | 1,1% em envios para si mesmo e 0,38% em envios para terceiros |
Compra de moeda estrangeira em espécie | 1,10% |
Títulos de renda fixa de até 30 dias | Até 96% do ganho |
Para fazer o cálculo do IOF devido é bem simples. Caso você tenha feito uma compra no exterior com cartão de crédito, por exemplo, basta multiplicar o valor da compra por 6,38%. Por exemplo: se você gastou R$ 1.000, irá pagar R$ 63,80 de IOF.
Investimentos pagam IOF?
Alguns investimentos, especialmente títulos de renda fixa com resgate inferior a 30 dias, estão sujeitos à incidência do IOF. A alíquota varia de 3% (29 dias após a aplicação) a 96% (1 dia) e incide sobre o lucro obtido. Isso sem contar o Imposto de Renda.
Caso você resgate o montante apenas 3 dias após o investimento, terá de pagar uma alíquota de 90% sobre seus ganhos. Se você aplicou R$ 1.000 e ganhou R$ 10 nesse período, R$ 9 serão destinados ao imposto.
Quando o IOF não é cobrado?
Mesmo nas operações citadas acima, há casos em que o IOF não é cobrado. No caso do cartão de crédito, por exemplo, o uso comum e dentro do país, sem o rotativo, não é fato gerador do IOF.
Para a contratação de empréstimos, a principal exceção está nos financiamentos imobiliários habitacionais, que são isentos da cobrança do IOF.
Como se livrar do IOF?
Existem algumas estratégias para evitar o pagamento do IOF nas suas operações financeiras. Abaixo, citamos algumas delas:
- Se puder evitar usar o cheque especial ou o crédito rotativo, evite. Além de evitar o IOF, você também não paga os juros altos e reduz as chances de se enrolar em dívidas. Se apelar para esses artifícios, busque quitar tudo o quanto antes;
- Para compras internacionais, priorize a compra de moeda estrangeira em espécie ou o uso de contas em dólar, em que o pagamento de IOF para o câmbio é de apenas 1,1% — e não 6,38% como é o caso do cartão de crédito;
- Evite resgatar aplicações de renda fixa em prazo inferior a um mês após o investimento.
É importante ressaltar que todas essas estratégias são legais e tem amparo justamente nas regras estabelecidas para a cobrança do IOF.
O mercado financeiro
Conhecer as regras envolvidas nas transações financeiras, como o que é IOF e quando ele é cobrado, é fundamental para tomar boas decisões relacionadas a empréstimos, investimentos e pagamentos.
Embora o IOF não possa ser cancelado, você pode reduzir seus efeitos ao escolher uma conta digital que faz seu dinheiro lucrar, assim como possibilidades que permitam resolver sua vida financeira sem recorrer ao cheque especial ou ao cartão de crédito.
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