Quero ser motorista

Partiu 99

Partiu 99

Partiu 99

Depois de ver o caixa minguar e a clientela migrar para o Uber, a empresa que nasceu na sala de dois geeks em São Paulo recebeu investimento milionário dos chineses e se deparou com um bom problemas: como não se perder no próprio crescimento

Na Época Negócios:

São duas e meia da tarde de uma sexta-feira, e Peter Fernandez, CEO da 99, recolhe o lixo e ajeita os tapetes de um carro popular estacionado no pátio de entrada da companhia, em São Paulo. Em seguida, senta no banco do motorista, conecta o celular a um suporte do lado esquerdo do volante e liga o aplicativo 99 POP. Em um dia normal, em que estivesse sozinho, ligaria também os aplicativos da concorrência. Mas, com um jornalista de passageiro, usa só o 99. “Faço cinco corridas por mês para sentir o pulso do mercado, saber as dificuldades que são enfrentadas pelos motoristas e conhecer diretamente a opinião dos usuários do serviço”, ele diz. “A ideia é simular a realidade para poder criar um produto melhor.” Todos os detalhes checados, cinto de segurança afivelado, partiu o CEO em busca do primeiro cliente.

Aos 33 anos, Fernandez é o encarregado de conduzir o que acionistas e investidores esperam que seja a volta por cima da 99. Fundada em 2012, a companhia cresceu rápido com seu aplicativo para chamar táxis até 2015. Foi quando o descontentamento do público com os choferes de praça permitiu ao Uber ganhar espaço rapidamente no mercado brasileiro. Com o caixa minguando, a 99 se viu em dificuldades e resolveu mudar a estratégia. Lançou um serviço similar ao da concorrência, o POP, que trabalha com motoristas particulares. Cortou custos e passou a cobrar dos taxistas por corridas que eram pagas por fora do aplicativo, em dinheiro ou com cartões. Em um mês, equilibrou as contas. Mas ainda faltava dinheiro para investir pesado contra a concorrência. Os recursos finalmente começaram a entrar em janeiro. Em poucos meses, a companhia captou US$ 237 milhões e ganhou fôlego para atrair clientes com promoções agressivas. Em paralelo, deu início a um rearranjo estratégico e a um plano de expansão ambicioso, que inclui o desembarque em outros países do continente e serviços que vão além dos aplicativos.

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